Porque a vida que levamos faz isso com a gente!

3.30.2006

Um pé na bunda pras estrelas.



É com grande prazer que este velho rabugento que vos escreve anuncia a já não tão nova notícia de que finalmente conseguimos mandar um brasileiro pro espaço... já que pra puta que o pariu já não mais funcionava, muito menos pra cadeia, uma vez que ele não roubou galinha alguma.

Já que provamos que, com o devido equipamento, um militar treinado pode sobreviver no vácuo sideral, agora passamos para a segunda etapa do projeto e vamos ver como se comporta um político corrupto ou celebridade acéfala, sem equipamento algum, soltinho em órbita, no frio e gelado vazio exterior. Se der certo continuamos mandando gente até que o volume de lixo espacial seja tanto que afete nossas telecomunicações.

Por isso, me sinto muito feliz de iniciar a temporada de CAMPANHAS neste mal traçado blog e peço a todos os coitados que chegarem a ler isso que deixem um comentário dizendo as cinco personalidades nacionais, internacionais e alienígenas que gostariam de ver, não a olho nú, claro, rodando em órbita só de sunguinha ou biquini, pegando um bronze nas tempestades solares.

Vou dar a largada nos comments. Para ver a minha listinha de I-juca Piramas, acesse os comments desta josta. Qualquer dia eu bosto o resultado da campanha e a gente parte pra catar os felizes ganhadores e meter na catapulta de lançamento.

Boa sorte pra eles e os satélites que se danem com o cheiro que vai ficar lá em cima.

3.15.2006

Ojo ibi Òrìsà ire o

Meu aniversário de iniciações passou batido por esta guilhotina virtual, mas como é de praxe, vou tentar colocar algumas das reflexões que esses momentos tão especiais, seja no passado, seja no presente, me inspiram, expiram e transpiram.

Como disse antes em algum lugar deste sítio, nascimento para o nagô é um processo que pode durar anos. É um início e como tal não é tão somente um tiro de largada, é um princípio de caminho, e é nesse estágio que hoje, acho que mais que nunca, me sinto, engatinhando novamente. Novamente mesmo. Sei que um dia achei que andava, hoje em dia já não tenho essa pretensão. Engatinhar já me coloca e me leva ao lugar em que tenho que estar e já é mais do que posso aguentar.

É impressionante como podemos sempre achar que não sabemos nada e ainda assim nos surpreendermos com a veracidade desse fato quando ele é estampado e esfregado na nossa face. Num eterno processo de construção e desconstrução, desde que renasci pelas mãos do Ifá, nunca vi sua influência tão inserida na minha vida prática. Minha vida hoje não é algo ao qual eu tenha nem se quer a ambição de ter algum controle. Montanha-russa, carrossel ou tobogã, seja lá o que ela for, eu simplesmente estou nela e danço conforme a música. Quem orquestra a trilha sonora é Yemanjá e Orunmila. Mãe severa e Pai didático, do jeito que eu preciso e gosto.

Diz Ifá que todas nossas cabeças vêm do mesmo lugar, a diferença está no conteúdo e na forma que cada uma foi feita. Ganhei de presente um boné com os escritos:”Em manutenção”. Não é exatamente um atestado de ISO9000, mas faz parte do processo iniciático. Neste ano que completo cinco anos de iniciação em Ifá o único lugar que quero e preciso estar é na sala de aula aprendendo a ser babaláwo para poder aprender a fingir que ainda sou humano.

Esù, ma se mi o


Acordei hoje pensando no tempo. Ao olhar para seu símbolo maior, o relógio, um único pensamento tomou meu ser: PUTAQUEPARIU, TO ATRASADO DE NOVO.

A rotina do homem contemporâneo é a genialidade da mediocridade à favor da rotina, do marasmo e do patrão, seja lá o que cada um entenda por essas três coisas.

Mas falando em tempo, já que faz muito que não pinta uma linha que preste nessas bandas banais dos anais digitais (à exceção de um certo surto Leminskiano que me assola de tempos em tempos), resolvi tomar um pouco de vergonha com dois dedinhos de vermute e ver se da ponta dos meus dedos sai alguma coisa que preste, porque, vou te contar que da cabeça é cada vez mais dificil. Começo de ano com mudanças radicais, mudo de emprego, pedi demissão velha escola e do velho idioma. Não dou mais aula nem tampouco falo mais português.

Um dos motivos do silêncio reinante neste blog, além da preguiça usual que nos mantém em segurança no nosso cotidiano, com paixões mornas e lutas inglórias, foi uma certa instabilidade profissional que, além de me deixar um tanto quanto desesperado pelo então andar da carruagem, me colocou numa montanha russa que, graças a Orixá, terminou por atropelar as razões da minha angústia e me tirar do alcançe dos ratos que às vezes infestam nossos porões. Porém, como é notório em situações desesperadas como tal, a gente pensa, escrever O QUE, falar O QUE? Quem tá na merda não canta, nos ensina a sabedoria do merdaco, quer dizer, do mercado.

Fato é que, como sempre, perdi a cabeça, mas dessa vez achei ela e novo e, enquanto não perco novamente, oh destino, digo que está reaberta a temporada das letras, beleza?

Então tá, feito isso, dou-me por satisfeito e me retiro. Escrevi, escrevi e não disse nada que preste, acho que estou voltando à velha forma.