Porque a vida que levamos faz isso com a gente!

3.15.2006

Ojo ibi Òrìsà ire o

Meu aniversário de iniciações passou batido por esta guilhotina virtual, mas como é de praxe, vou tentar colocar algumas das reflexões que esses momentos tão especiais, seja no passado, seja no presente, me inspiram, expiram e transpiram.

Como disse antes em algum lugar deste sítio, nascimento para o nagô é um processo que pode durar anos. É um início e como tal não é tão somente um tiro de largada, é um princípio de caminho, e é nesse estágio que hoje, acho que mais que nunca, me sinto, engatinhando novamente. Novamente mesmo. Sei que um dia achei que andava, hoje em dia já não tenho essa pretensão. Engatinhar já me coloca e me leva ao lugar em que tenho que estar e já é mais do que posso aguentar.

É impressionante como podemos sempre achar que não sabemos nada e ainda assim nos surpreendermos com a veracidade desse fato quando ele é estampado e esfregado na nossa face. Num eterno processo de construção e desconstrução, desde que renasci pelas mãos do Ifá, nunca vi sua influência tão inserida na minha vida prática. Minha vida hoje não é algo ao qual eu tenha nem se quer a ambição de ter algum controle. Montanha-russa, carrossel ou tobogã, seja lá o que ela for, eu simplesmente estou nela e danço conforme a música. Quem orquestra a trilha sonora é Yemanjá e Orunmila. Mãe severa e Pai didático, do jeito que eu preciso e gosto.

Diz Ifá que todas nossas cabeças vêm do mesmo lugar, a diferença está no conteúdo e na forma que cada uma foi feita. Ganhei de presente um boné com os escritos:”Em manutenção”. Não é exatamente um atestado de ISO9000, mas faz parte do processo iniciático. Neste ano que completo cinco anos de iniciação em Ifá o único lugar que quero e preciso estar é na sala de aula aprendendo a ser babaláwo para poder aprender a fingir que ainda sou humano.

Esù, ma se mi o