Porque a vida que levamos faz isso com a gente!

5.23.2011

MAisNOEL

Vinha de hoje, com sorte, conversando com Manoel de Barros.
Manoel me lembra de gostar de escrever.
Vim burilando na cabeça um trabalho de Filosofia que escrevia.
Manoel chamou Bernardo e a mulher de sete peitos para abrir meu horizonte (calma que é poesia, meu amor)
Escrevia sobre a natureza.
Manoel torceu a natureza bem na minha frente e eu achei engraçado.
Vim rindo que nem criança, junto às pessoas que íam passar oito horas desaprendendo o mundo.
Ri delas e ri de mim.
Ninguém nem se dava conta que dentro de mim se rasgava e costurava o tecido do texto,
torcendo sentidos.
Depois de um fim de semana procurando o sentido, torcendo o bom senso eu encontrei.
Mas ele não estava pronto ainda usava pijamas, remelento, coberto de preguiça.
Nem bem acordou e eu já tava lá torcendo ele.
Porque escrever sério, usando o sentido como se tecido fizesse roupa.
Essa segunda feira eu achei de dizer que a natureza se conhece no pedaço de céu que eu tenho em casa,
aquele que fica por detrás da laranjeira do meu vizinho, na parte de cima da minha rede.
Ontem quando olhei não vi porque tentar prender ele dentro do livro.
Melhor ainda foi achar ele hoje, no Metrô.
Mas o Metrô fica embaixo da terra! Como foi que viu o céu?
Vi porque Manoel me lembrou que o horizonte se abre com três linhas de teia de aranha
e não com muitas linhas de prosa.