Porque a vida que levamos faz isso com a gente!

3.31.2005

E já que reclamar é bom e eu gosto...

Até que enfim alguém sobe numa assembléia para reclamar e cobrar providências sobre um problema que aflige praticamente metade de nossa população, principalmente aqueles que passaram da linha dos 40 verões.

Tudo bem que foi na Bahia, mas o Ilmo. Sr. Deputado realmente perdeu a cabeça. Ou terá sido o cabaço??
Check this out:

Deputado petista baiano ocupa tribuna para reclamar de exame de próstata

Bom pra gente lembrar na hora de votar!!!

Vade retrum

Afasta-te de mim preguiça!!
Que os espíritos ancestrais me ajudem a voltar a escrever. O que quero dizer na verdade é algo do tipo: Antigos Espíritos do Mal, transformem essa forma decadente em Mum-ra....

Iniciado o movimento digital de escrita, vamos ver se sai algo produtivo. Espero sinceramente que não!

To pra contar aqui uma cena que assisti essa semana, não lembro o dia. Estava eu, incauto, voltando para casa após um tedioso dia de batalha em minha faina diária. Estava a pé pois me faltavam, e ainda faltam, recursos para pegar um ônibus. Estava meio mal humorado pq além de duro como um côco, estava com uma preguiça violenta. Vale a pena ressaltar que minha casa se localiza a vinte minutos, em passo acelerado, de meu trabalho.

Fato é que, que passei perto de uma escadaria comprida, para aqueles que são familiarizados com a terra de Laranjópolis, fica localizada ao lado do Fluminense. A dita escadaria parece levar ao infinito devido a sua extensão e a dificuldade de ver seu topo. Em alguns momentos dá a nítida impressão de não levar a lugar algum.

Lá estava eu, caminhando e ruminando minha preguiça quando, ao passar pela dita Stairway to heaven (or not) e reparei em um pombo, sim, um pombo, preto e branco subindo as escadas. Aí vcs param e me perguntam, Pô, Dracor? Que mal tem num pombo indo escada acima? E eu rindo respondo, ele não só estava subindo a escada como estava praticando sua pedestria, não confundir com pederastia por favor! Ele subia a escada como eu, vc e qq outro ser terrestre, não aéreo e nem tampouco aquático, bípede, faria ele não voava, nem esvoaçaca escada acima ele andava. A cada degrau que a dita ave subia, abria ridiculamente as asas para manter o equilíbrio. Parei pra assistir a cena. Tudo bem que eu não sabia o que era mais ridículo, a ave dando uma de caminhante ou o paspalho aqui parado olhando pra ver até onde ela ía. Até que ele subiu bastante, mais do que eu subiria. Após acompanhar sua saga escada acima até um bom pedaço da dita, o inusitado da situação passou, o tédio tomou conta de mim e resolvi continuar minha morosa caminhada, deixando a ave seguir seu caminho escada acima. Mas continuei rindo da situação.


Pensei em como as coisas são interessantes nesse mundão. A gente tem trocentos recursos pra ir pra frente(ou no caso, pra cima), para serem utilizados pra nos facilitar a vida e ainda assim, geralmente queremos fazer as coisas do jeito mais difícil. Não se pode nem colocar a culpa no Brasil dessa vez, uma vez que parece que o mundo todo tende a querer as coisas do jeito mais trabalhoso. Bela terra a nossa, onde ave caminha, puta se apaixona e traficante se vicia....

Lentamente continuamos nosso moroso passo em direção à nosso retorno ao lar. Abrindo as asas pra manter o equilíbrio enquanto caminhamos.

3.17.2005

Quem conhece que diga se não é igualzinho!


Não vou nem falar nada. Vou deixar para aqueles que conhecem meu rebento.

3.16.2005

Quarta feira

A divisora de águas da semana!!

O meio termo entre os dias que você não queria que houvessem e os dias que você torce pra que acabem.

Só perde pra Sexta Feira, O dia!

Quem canta seu males estranha.

"Imagine-se num barco, em um rio. Com árvores tangerina e um céu de marmelada. Alguém te chama, você responde lentamente. É uma menina com olhos caleidoscópios..."

... aí eu acordei. Seis horas. Meia hora para me vestir, cinco minutos para o café, mais cinco para fazer a marmita do bóia-morna. Atrasado pra variar.

Correndo chego no ponto de ônibus. Estranha movimentação. Mais gente que normal.
A notícia: Tá tudo parado, saiu a greve dos ônibus!!!

"Tumulto, corra que o tumulto está formado, vem cá, vem ver no meio do tumulto TEM que estar você"

Luzes vermelhas acesas, alerta geral. Hoje meu atraso tem motivo. Recebi a notícia as seis e cinqüenta. Dois minutos pra articular um socorro com meu chefe. As sete, invariavelmente, devo entrar em sala de aula. O celular dele, desligado!

Alerta, desespero, angústia...
... pra falar a verdade nem tanto.

Ligo para o colégio e recebo a ordem: "Pega um táxi que a gente paga aqui"

Quase uma declaração de amor. Me senti muito amado e querido.
Pena que foi preciso parar a frota de ônibus da cidade de São Sebastião pra receber um agrado desses.

"O amor é um grande laço, um passo pra uma armadilha. Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha"










p.s. ALCATÉIA, Djavan. O coletivo de lobos é ALCATÉIA!!! Matilha é o coletivo de CACHORROS.(Valeu Simas!}

3.09.2005

Desepero Humano

Quarta Feira.

Dia de estar as 7 da manhã em sala de aula, dando aula.

Quarta Feira.

6:45 da manhã; despreocupadamente abro os olhos para olhar as horas.DESESPERO!!!
Agua no rosto, calça, camisa, sapato, bolsa, AULA!!!

Não há nada pior do que cair da cama direto no trabalho. Olhar meus alunos sem ter a certeza de que são reais ou se é só mais um sonho. A cara deles sem saber ao certo se já acordei.

Um capetinha mais articulado veio me perguntar se foi bom ontem... óbvio que perdi a cabeça.

3.03.2005

Nascimento e morte

Nascimento e morte são coisas deveras intrigantes.

Nós ocidentais vemos o nascimento como um evento e a morte como um conceito.

Para o nagô, nascimento é algo que pode durar anos, é um processo, uma construção e uma coroação. Morte é uma espiritualidade que no arrebata do mundo e nos leva.

Há alguns anos, no dia de hoje, completei meu processo de nascimento e vim definitivamente ao mundo. Vim, como vem todos os bebês mas com a diferença de que já tinha 22 anos.

Dias após meu nascimento fui morto e enterrado para poder renascer e ressurgir como um filho do Ifá. Habitante, agente e interlocutor dos nove espaços do Orun.

Hoje, olhando para trás, não sinto saudades nem do embrião que não havia completado seu processo de nascimento, nem daquele que foi morto e enterrado. Hoje só há plenitude, busca e crescimento.

Por mais que tente, não perco mais a cabeça porque ela já não mais pertence a mim, pertence a um bem maior, que a protege, nutre e a coloca no caminho. Yemanjá é minha vida, Ifá o meu rumo. E assim sendo minha cabeça e tudo mais que possuo estão à sua disposição.

Só o futuro que tento desvendar e não consigo contém o desenrolar dessa aventura.


"No dia em que eu morrer,
Que eu possa ter um vislumbre de você
Que eu possa, do desejo do infinito,
Saltar rumo à eternidade.
Então, me reerguerei"
Hafiz

Babaláwo Ifáyodè Odominilè
A.K.A.
Dracor Andrealphus

3.02.2005

Bem cedo, pela manhã, com o sol ainda sem saber se vinha ou não, este incauto que vos escreve saía para seu trabalho. A sua espera, uma horda de jovens, pequenos em tamanho mas grandes em potencial destrutivo, aguardando para serem contidos, orientados e encaminhados em sua jornada em direção ao futuro.

Certas vezes sinto uma pontada de inveja de Cérbero que, apesar de cão e de porteiro do Hades, possuia três cabeças. Podia perfeitamente dispensar uma delas em prol de sua salvação. Pensando nisso enquanto esperava o ônibus, tive a única atitude que uma pessoa saudável poderia ter naquela hora da madrugada, sentado no ponto, esperando o ônibus. Cochilei. Como não tenho três cabeças, perdi a única que tenho, pensando por aí.

Mas perder a cabeça é fácil, difícil é enxergar o número do ônibus depois. Como não sou Cérbero, cheguei atrasado no trabalho. Sendo que este já não posso dizer que seja tão diferente do Hades.

E o sol continua sem saber se vem ou não!


3.01.2005

Um sujeito, um computador, uma sala fechada...

Imagine:
Um sujeito
Um computador
Uma sala fechada (sem janelas mas com ar condicionado)

O sujeito passa longas horas em frente ao computador, em uma sala sem janelas, respirando ar condicionado, com um dia maravilhoso lá fora. O tal sujeito mora no Rio de Janeiro onde dias maravilhosos podem significar praia, cachoeira, cerveja, samba ou tudo isso junto.

Adicione a tudo isso centenas de pequenos indivíduos requisitando sua assistência e atenção por horas a fio.

O que pode derivar disso tudo?

O sujeito perde a cabeça!!!